Não era uma menina deste tamaninho.
Mas também não era uma menina deste tamanhão.
Era uma menina assim mais ou menos do seu tamanho.
E muitas vezes ela tinha vontade
de saber que tamanho era esse, afinal de contas.
MACHADO, Ana Maria. Bem do seu tamanho. 12 ed. Rio de Janeiro: Salamandra, 1991
Segundo Piaget, a criança não se preocupa com medições até aproximadamente 9 anos. Muito antes, contudo, ela já se envolve com medidas, embora de modo bastante informal. Por exemplo: ao verificar se é mais alta que o coleguinha, se a quantidade de refrigerante que ganhou é igual ao do irmão, entre outras comparações. Algumas situações, porém, exigem maior cuidado, como nos casos que é fundamental a precisão das medidas. Aí torna-se necessário o conceito de medida e suas aplicações.
Ainda de acordo com Piaget e seus seguidores, a criança de aproximadamente 9 ou 10 anos ainda não construiu significado para medida a não ser em situações concretas.
A partir dos 10 anos, aproximadamente, a criança começa a dar significado para o ato de medir e a observar a necessidade da medida para localizar a posição de um ponto sobre uma reta.
No entanto, no momento em que a criança chega à escola, o professor deve propor atividades prazerosas envolvendo medidas e grandezas, mesmo que esta noção requer uma longa preparação e uma sequência didática muito bem planejada por parte do professor.
O aluno pode, por exemplo, utilizar, inicialmente, medidas não-padronizadas para representar o tamanho da mesa e decidir qual será o melhor recurso para chegar ao seu objetivo.
Assim, é sempre importante que no 1º ano do Ensino Fundamental, idade da qual as crianças iniciam a construção de seu espaço representativo, ou seja, começam a tornar-se capazes de interiorizar suas ações, de falar sobre locais e objetos sobre os quais estão agindo, bem como representá-los por meio de ilustrações ou esquemas, é importante que a criança possa vivenciar diversas situações relacionadas com localização espacial e organização corporal, sempre acompanhadas de verbalização ou de representação gráfica, como nas ilustrações em quadrinhos acima.
Referências:
TOLEDO, Marília Barros de Almeida; TOLEDO Mauro de Almeida. Teoria e Prática de Matemática: como dois e dois, São Paulo: FTD, 2009.